segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Noite do baile

Como todas as meninas, ela também ansiava pelo baile. Esperava o seu príncipe encantado chegar, com uma dúzia de rosas em uma mão e seu coração na outra. Desejava que aquela noite deveria ser perfeita, com beijos, danças e ele ao seu lado.

Faltavam alguns dias para o grande baile. Ele ainda não tinha convidado nenhuma garota, e ela também não tinha sido convidada por ninguém. Nos almoços que passavam juntos, conversavam por horas, ela ria e ele passava a mão em seus cabelos, muito bonitos aliás.
Ela não aguentava mais, conversava com ele, brincava e tudo, mas nada de falarem sobre o baile.
Eles eram vizinhos. Janela à janela.
Eles chegaram no baile, separados, cada um por uma porta. Ela estava muito elegante, um vestido branco que mesclavam com um rosa muito sutil, parecia até uma princesa dos contos de fadas. Ele estava de terno, muito formoso. Um terno preto e uma gravata vermelha, estava tão divino quanto ela.
Eles finalmente se entreolharam. Ela abaixou a cabeça em sinal de comprimento, e ele fez o mesmo.
Durante a festa ele sempre a olhara, vendo-a sentada na cadeira do outro lado da pista de dança. Ela estava com a cabeça baixa e olhando para o anel brilhante que estava no seu dedo.
Ele enfim decidiu falar com ela. Arrumou o paletó e foi em sua direção. Sentou-se ao seu lado. Ela resolveu puxar o assunto, já que ele já tinha tomado a iniciativa de vir.
'Então, quem será a sortuda que vai ao baile com você?' 'Ah! Ela nem sabe que eu queria chamá-la, ela é tão bonita, inteligente, sabe a garota perfeita?' 'Claro...' Sua voz já estava cansada e totalmente desanimada, não acreditava que ele já tinha alguém em mente, mas não tinha coragem.
'Bem, ela será uma garota de sorte!' 'Você acha?' 'Claro, você é um príncipe. Bonito, simpático e inteligente' 'Você quer saber de uma coisa? Vou fazer isso agora! Você pode me ajudar...'
Seus olhinhos se encheram de água, ela não podia crer, que ele estava pedindo ajuda para chamar outra para ir ao baile. Ele continuou:
'Você pode me ajudar, dizendo sim ao meu pedido?'
A menina sorriu para ele, lágrimas corriam pelo seu rostinho infantil. Ele sorria abobado com o que acabara de fazer. Ela olhou em seus olhos e respondeu sutilmente:
'É claro, meu príncipe!'
A noite foi perfeita. Eles dançaram juntos a noite toda. Ele roubou uma flor do jardim e deu para ela.
Seu sonho de menina havia sido realizado. A noite já estava acabando e ele falou para ela:
‘Posso te dar um presente?’ ‘Não dá para o senhor me dar presente melhor do que esse baile!’ ‘Posso ou não?’ ‘Claro!’ Ela falava enquanto estava frente a frente à ele. ‘Feche os olhos e abra o seu coração!’
Ela o fez.
O coração disparou, ouviu sinos e passarinhos cantando. Uma brisa suave assoprava o seu rosto. Era um beijo, um beijo do amor mais puro e inocente que alguém já havia sentido.

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